segunda-feira, 14 de junho de 2010

3ª Questão(ões)

Como surgiu a sociedade escravista no mundo grego antigo? Quais os critérios para caracterizar uma sociedade escravista? Leia O Trabalho Compulsório e Mundo Grego, e responda, comentando o aporte do Finley para esta questão.

23 comentários:

  1. No mundo grego antigo, a existência de três aspectos no século VI a.C possibilitaram o surgimento de uma sociedade escravista: a propriedade privada e concentrada de terras em famílias necessitadas da utilização de mão de obra extrafamiiar; o desenvolvimento de um mercado para a venda de escravos, num processo em que a colonização grega teve um papel decisivo; e a impossibilidade interna de obter mão de obra compulsória garantida pelas Reformas de Sólon.
    Para caracteriar uma sociedade como escravista não se deve utilizar totais numéricos, mas sim critérios qualitativos capazaes de indicar o papel dos escravos em produções importantes para a economia grega.
    Alguns outros pontos muito pertinentes são discutidos no texto Escravidão Antiga e Ideologia Moderna do Finley. Inicialmente ele comenta que "a necessidade de mobilizar força de trabalho para tarefas superiores à capacidade de um indivíduo ou de uma família existe desde a Pré-História." Essa necessidade existiria quando se alcançasse um nível de acumulação de recursos e poder nas mãos de alguma elite dominante, que recorreu a compulsão como força de trabalho para a concretização de interesses não atingidos pela simples cooperação.
    Finley cita Fustel de Coulanges para demonstrar que a escravização de indivíduos era um "fato promordial" na história do homem e que a compreensão do surgimento de sociedades escravistas passa pela análise dos processos de transformação responsáveis por tornar esse modo de produção um sistema institucionalizado, rentável e interessante para a elite.
    O texto do Finley, além de abordar as três condições para a formação desse modo de produção já mencionadas acima, discute um outro elemento merecedor de destaque: os campesinato antes oprimido por escravidão por dívidas, "obtivera sua liberdade pessoal e seu lote de terra numa luta que lhe rendera também a cidadania, o direito de pertencer à comunidade, à pólis." Seria impossível, então, forçar os cidadãos, camponeses e artesãos, a trabalhar de maneira compulsória para outros.
    Também por isso, houve uma concordância de se optar por uma instituição já conhecida: a escravidão. Enfim, pode-se dizer que num mundo ainda de baixas tecnologias e pré-industrial, a delimitação do homem livre criou bases para o estabelecimento de uma sociedade escravista.

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  2. Resposta de Daniel Schneider Bastos

    O surgimento da sociedade escravista na Grécia Antiga está relacionado a três fatores primordiais: primeiro, um processo de concentração de terras nas mãos de algumas famílias privilegiadas, que passam a necessitar de mão de obra extra-familar. Segundo, um desenvolvimento mercantil que garantiu a importação e o tráfico interno de escravos. Por fim, a insuficiência de mão de obra compulsória local fez com que os gregos fossem buscar trabalhadores em outras regiões, principalmente nas populações bárbaras e também em outras cidades gregas. No século VI, durante o governo de Sólon, esses três fatores se mostraram presentes de forma simultânea, levando ao desenvolvimento da sociedade escravista grega.
    A definição de sociedade escravista, segundo Finley, é o de uma sociedade onde a escravidão representa uma instituição fundamental, tanto no aspecto de produção quanto no aspecto social. O mais importante para caracterizar esse tipo de sociedade não é o número de escravos, mas sim a concentração destes nas atividades produtivas que constituíam o núcleo da geração de riqueza das elites sociais, políticas e econômicas daquela determinada sociedade..

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  3. Vigorava no passado uma visão historiográfica que apontava as guerras como responsáveis pela origem do escravismo em decorrência da captura maciça de prisioneiros, que teria gerado uma oferta de escravos seguida de procura dos mesmos.Porém, passagens históricas tornam essa teoria insustentável; é a procura que torna a transformação de prisioneiros em escravos uma realidade. As guerras explicam somente a intensificação desse modelo.
    Baseado em I. Hahn,Finley afirma que são três as condições para o aparecimento dessa procura:
    * A existência de uma propriedade privada da terra, muito concentrada a ponto de impossibilitar o uso exclusivo de mão-de-obra intra-familiar;
    * O desenvolvimento da produção mercantil e dos mercados, que possibilitou a comercialização dos escravos;
    * A inexistência de mão-de-obra interna em quantidade suficiente disposta ao trabalho dependente, por conta da recente escravidão por dívidas extinta pelas Reformas de Sólon.
    A sociedade escravista é caracterizada pela ampla presença de mão-de-obra escrava (ainda que constituam uma pequena parte da população) em atividades de produção em grande escala, sendo responsáveis pela criação da maior parte da renda gerada, enquanto trabalhadores livres se concentravam mais em atividades voltadas para a auto-subsistência, pequena produção mercantil e comércio varejista.

    Fontes:

    CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003.

    FINLEY, Moses. L’économie antique, s.d. In: CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003, p. 51 e 52.

    Bruna C. de Farias

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  4. LUCAS ROSA SILVA
    no mundo grego antigo , existiram 3 fatores que contribuiram para o surgimento de uma sociedade escravista , sao eles : primeiro ,uma concentracao de terras sob poder de algumas familias da aristocracia , que devido a grande quantidade de terras em suas maos , necessitava de mao de obra extra-familiar ; segundo , a escassez de mao de obra dentro de atenas , que fez os donos das grandes propriedades , buscar outras fontes de trabalho fora da grecia , na maioria das vezes povos vizinhos ( barbaros ) e tambem em algumas outras polis gregas ; por ultimo , houve um desenvolvimento mercantil que facilitou a vinda de escravos do exterior e o trafico interno . todos esses fatores aconteceram durante o governo de solon , e simultaniamente.
    para Finley , a sociedade escravista e caracterizada , por uma sociedade dependende e e fortimente influenciada pela escravidao , tanto no aspecto social quanto no aspecto da producao , ele cita tambem que os escravos moviam aquele povo , porque eles estavam presente em quase todas os lotes de terras e eram as pessoas que produziam . outro elemento que Finley destaca e o campesinato ,ou seja , o fim da escravidao por divida , porque antes os camponeses estavam reprimidos agora podiam produzir sem maiores pressoes , isso ocoreu devido ao surgimento da escravidao mercadoria

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  5. O surgimento da sociedade escravista se deve às característias que a precederam e a identificam. Então, ainda no modelo de escravidão por dívida temos apontados em "o Trabalho Compulsório" a questão da concentração de terras que impossibilitaria uma exploração diretamente familiar, tornando necessária uma forma de produção como a do modelo citado.
    As reformaas de Sólon serviram como grande catalizador: "a escravidão - já existente como instituição - intensificou-se, chegando-se então gradualmente a um verdadeiro modo de produção escravista" (FLAMARION, Ciro). A escravidão, então passava a se sustentar na compra e venda de caráter mercantil de escravos estrangeiros, solidificando mais ainda um modelo que colocava os cativos como responsáveis pela "produção em larga escala" (idem) e pela maior parte da renda dos grandes proprietários.
    O texto de M. Finley segue uma linha de pensamento bem próxima ao do C. Flamarion. As outras respostas já resaltaram alguns desses pontos como as três condições para o surgimento do modelo escravista e a relativização da questão da quantidade de escravos no período. No geral, Finley busca deixar claro que o escravo de que se trata é uma propriedade e as variedades nas relações estudadas entre propriedade e proprietário é um fator que parte unicamente deste último. Assim, não se tratam de limitações aos donos de escravos, mas sim o que eles faziam com os direitos que possuiam. E toda essa estruturação das relações de domínio se devia ao fato de que, para a sociedade daquele e de outros momentos, a escravidão servia como uma fonte de riqueza e sustento válido.

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  6. Antes da introdução da "escravidão-mercadoria", a sociedade grega era caracterizada por diversos tipos de escravidão que podiam ser divididos em intercomunitária e intracomunitária. Destas, o hilotismo resistirá em Esparta.
    No século VI a.C., três fatores de Finley abordados por Ciro Flamarion S. Cardoso em seu livro "Trabalho compulsório na antiguidade" tornaram possível o estabelecimento da escravidão-mercadoria e da sociedade escravista. A existência de uma propriedade privada da terra com certo grau de concentração e o desenvolvimento do mercado e da produção mercantil de modo que o sistema escravista pudesse ser estimulado foram dois fatores aos quais se somaria um terceiro de grande importância: A pouca disponibilidade de mão-de-obra dependente graças às reformas de Sólon, estas afastaram dos cidadãos atenienses o fantasma da escravidão por dívidas.
    Então, forma-se uma sociedade escravista caracterizada não pela quantidade de escravos, mas pelas funções que esses escravos exercem, trabalhando em grande escala e construindo a base da riqueza, sempre sujeitos à coação física.

    Pedro Henrique Castro Teixeira da Silva

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  7. Diferente dos egipicios, que por suas caracteristicas de um polo aldeão coexistindo com o polo estatal, e portanto não demandava por uma força extra-econômica, vererifica-se no caso grego a formação de um modo de produção escravista, ou seja, as principais atividades econômicas se usava a mão de obra escravista. Devido a reunião de interesses de um mercado, extremamente essencial para a obtenção e armazenamento dos escravos, das unidades familiares que viriam a complementar o trabalho necessário, e a reforma de Solón, que determina em um certo espaço/tempo a necessidade de procurar mão de obra externa. Seminalmente a demanda á procura, que marca e configura a existencia previa de uma ideologia escravista, por mais que as guerras fossem importantes para a reprodução deste mesmo modo de produção.

    Eduardo Cesar Valuche Oliveira Brito

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  8. Paula de Souza Valle Justen

    Segundo Finley, deveriam existir três condições básicas para o surgimento de uma sociedade escravista na Grécia antiga, que eram:
    “ 1) Num mundo fundamentalmente agrário como o antigo, a primeira condição é a existência de uma propriedade privada da terra, estando concentrada o suficiente para que certas famílias não pudessem cultivar suas terras sem uma mão-de-obra permanente extra-familiar;
    2) A segunda condição é um desenvolvimento suficiente da produção mercantil – não necessariamente sobre bases monetárias, porém – e dos mercados (locais ou distantes): os escravos eram importados e era preciso comprá-los, pelo qual não teria sentido um escravismo desenvolvido sem produção para o mercado;
    3) A última condição consiste na inexistência de um suprimento interno adequado de força de trabalho dependente, levando à necessidade de ir buscá-la fora, aproveitando a disponibilidade representada pelos gregos de outras cidades-Estados e sobretudo pelos ‘bárbaros’ (povos de língua e cultura diferentes das gregas)” ¹
    Essas três condições se encontravam na Atenas de Sólon, no século VI a.C., em que as reformas criadas por ele impossibilitaram a escravização dos camponeses atenienses, abrandando a tensão que havia entre camponeses e aristocratas devido à concentração de terras, o que levou a um impasse quanto à mão-de-obra que seria utilizada nas terras destes últimos. A solução foram os escravos estrangeiros, já que existia um mercado abundante devido às guerras.
    Mesmo que houvesse escravidão antes de Sólon, a sociedade não poderia ser considerada como escravista, pois esta consiste na produção de excedentes pelos escravos, ou seja, a maior parte das riquezas da classe dominante é produzida pelos escravos.

    ¹CARDOSO, Ciro F. S. O trabalho compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984, p. 40.

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  9. Larissa de Mello Beckman

    1) Finley afirma que o surgimento da escravidão-mercadoria deu-se por três motivos correlacionados, dois pré-existentes e um gerado pelas reformar implementadas no governo de Sólom.
    O primeiro dos motivos seria a existência de propriedade privada com certo grau de concentração o que fazia com que fossem necessárias mais pessoas para trabalhar a terra.
    O segundo motivo seria o aumento da atividade mercantil inter e intra comunitária que possibilitou trocas mais frequentes e um desenvolvimento do mercado de venda de escravos.
    O terceiro motivo, relacionado as reformas de Sólom, foi que, com o fim da escravidão por dívida e a impossibilidade de obter mão de obra compulsoria dentro do próprio Estado Grego, foi gerada uma classe dependente de mão de obra por ter perdido quem trabalhasse a terra e fizesse artesanato. Essa classe dominante precisou recorrer a compra de escravos de outro povos.
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    A definição de sociedade escravista, segundo Finley, é o de uma sociedade onde a escravidão representa uma instituição fundamental, tanto no aspecto de produção quanto no aspecto social.
    A idéia de uma sociedade escravista não dá-se apenas pelo quantitativo de escravos dentro dessa sociedade, e sim, pela importância dada ao trabalho escravo para a manutenção do regime.
    Os escravos no mundo grego eram responsáveis pela criação da maior parte da renda gerada, enquanto trabalhadores livres, mesmo que numa condição de igual miséria, concentravam-se em atividades de subsistência.


    Referências Bibliográficas:

    - FINLEY, Moses. L’économie antique, s.d. In: CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003.

    - CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003.

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  10. Segundo finley, três aspectos/ caracteristicas da sociedade servem para explicitar o surgimento de uma sociedade escravista no mundo grego antigo.
    1) A existência de uma propriedade privada da terra, muito concentrada a ponto de impossibilitar o uso exclusivo de mão-de-obra intra-familiar;
    2)Desenvolvimento das relaçoes mercantis na qual serviu para criar um mercado com um fluxo mais intenso de trocas comerciais, dentre as quais: a de escravos.
    3)Falta de mão de obra dependente.Esse terceiro ponto possui referencia com as reformas de solon, da qual, fora abolida a escravidão por dívidas,sendo necessário suprir a carência de mão de obra e a solução encontrada fora a escravidão mercadoria.

    Respondendo a segunda questão, os críterios para caracterizar uma sociedade escravista são pautados na produção dos escravos e não no número destes. Os escravos produziam em grande escala tanto no ambito rural quanto no urbano, e eram responsáveis pela produção das riquezas de uma elite, ou seja, eram o motor de uma sociedade e de uma economia. Devido a esses aspectos podemos caracterizar a sociedade grega como escravista.


    Pedro Henrique Barbosa Balthazar

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  11. Uma sociedade que é viavel atraves da escravidão não nasce de uma hora para outra, apesar de ser uma economia primitiva e relativamente facil em relação a outros modos de economia, pois demanda em inico da força bruta e de ressentimentos entre etnias. De inicio se notou a escravidão por dividas em maior numero, mas como o escravo de dividas poderia se libertar com o tempo este mesmo necessitaria de escravos para sua nova vida. Não apenas para obter seu próprio sustento, mas tambem para sustentar a sociedade em seus mis arduos e rentaveis trabalhos. O crescimento do comercio externo ajudou na dissimulação dessa sociedade tanto quanto a necessidade de se ter o escravo. “oferta e procura” Com o tempo os cidadãos tornaren-se mais ricos “em posses” e puderam se destacar politicamente e conseguir inda mais escravos.
    Porem mesmo sendo primitiva ainda haviam leis em relaçãos aos escravos. Quase um manual que nem sempre era seguido a risca, mas era necessario para que não houvessem revoltas e a sociedade continuasse a crescer. De acordo com Finley sem os escravos não haveria a Grecia que todos conhecemos hoje, tamanha era a importancia deles para a economia.

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  12. Juliana Moura Martins da Fonseca

    Finley aponta três fatores primordiais para o surgimento de uma sociedade escravista, são:
    1- A existência de uma propriedade privada da terra, bastante concentrada que impossibilitaria o uso exclusivo de mão-de-obra intra-familiar;
    2-um desenvolvimento mercantil que geraria a importação e o tráfico de escravos.
    3- A indisponibilidade de conseguir mão de obra dependente internamente.
    Durante o século VI foram reunidas essas três condições, já que: houve um intensificação da concentração de terras nas mãos da aristocracia, do aumento da população,do progresso na urbanização e da produção para o mercado. Somando-se a isso temos as reformas de Sólon. Ao proibir a escrevização de atenienses, houve necessidade de ir buscar fora a mão-de-obra. Já que esta proibição tornou impossível o recrutamento interno de mão-de-obra dependente.

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  13. Thainá Campos Seriz

    Utilizando-se das afirmações expostas no Trabalho Compulsório na Antiguidade, a escravidão no mundo grego antigo teria se dado, a partir das teorizações de Moses I. Finley, por três condições por ele enumeradas:

    1. A existência da propriedade privada da terra, na qual certas famílias não poderiam cultivá-la sem o emprego de uma mão-de-obra permanente (e extrafamiliar);
    2. Desenvolvimento suficiente da produção mercantil e dos mercados: os escravos eram importados e era necessário importá-los.
    3. A inexistência de um suprimento interno de mão-de-obra adequado de força de trabalho dependente e, por isso, a necessidade de ir buscá-la fora.

    A tais enumerações, seguem-se como fatores propiciadores do surgimento e consolidação da escravidão-mercadoria as reformas solonianas no século VI a.C. (594 a.C) que, ao proclamarem a seisachteía, ou seja, a suspensão dos encargos, “arrancaram dos campos os marcos que tornavam concreto o estado de dependência” dos camponeses dependentes, anularam as dívidas e proibiram que o direito do credor de mandar prever o devedor. Tais camponeses, saídos deste estado de dependência, recusar-se-íam a prestar quaisquer outros tipos de serviços de caráter permanente para os eupátridas e, por isso, levaram à necessidade de importação de força de trabalho dependente.

    REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

    FINLEY, Moses I. L’économie antique, cit. pp. 88-92 In: CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Trabalho Compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Graal, 1984.

    MOSSÉ, Claude. Atenas. A História de Uma Democracia. Brasília: EDUNB, s/d.

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  14. Luciene Christina Garrido Gallego




    Segundo Finley, existem três motivos que possibilitariam o estabelecimento da mão de obra escrava como predominante. Primeiro, a concentração de terras na mão de poucos, que passaram a necessitar de uma mão-de-obra extra-familiar para o cultivo, depois por conta do desenvolvimento do mercado, do desenvolvimento mercantil, nas quais o escravo era mercadoria principal e o ultimo motivo seria a necessidade de busca de mão-de-obra externa, encontrada, sobretudo nos bárbaros, devido à impossibilidade de escravizar cidadão internamente, medida pertencente às Reformas de Sólon, realizadas em 594 a.C.
    Já a definição de Finley para a caracterização de uma sociedade como escravista não refere-se a um critério quantitativo, mas sim a ampla participação de escravos na realização de atividades em grande escala, sendo eles então os responsáveis pela maior parte da riqueza gerada.

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  15. Analisando a situação escravista no mundo grego antigo, verificamos que suas origens advém de três características principais naquela sociedade: primeiramente, temos uma concentração de terras na qual havia a necessidade da exploração de mão-de-obra para controlar os extensos territórios que estavam distribuídos nas mãos de poucos.

    Num segundo momento, vemos o desenvolvimento do próprio comércio escravista se tornar mais intenso: os escravos passaram a ser comercializados e vistos como mercadoria. É importante ressaltar que é indissociável a ideia de sociedade escravista sem comécio de escravos.

    O terceiro ponto de destaque é a aquisição de escravos através da guerra, necessária para o fornecimento do suprimento requisitado para aquela sociedade.

    Segundo Finley, a definição de "sociedade escravista" reside na sua representação como uma instituição, tanto no plano social quanto no econômico. A sociedade dita escravista deve enxergar os escravos como tendo uma importância na produção econômica, independente da quantidade de escravos disponiveis ali.

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  16. Segundo Finley a sociedade escravista estava tanto em aspecto de produção quanto em aspecto social, representado por uma instituição. A ideia de escravista, entendia-se por características qualitativas, em que os escravos trabalhavam para manunteção do regime, não apenas pelo característica quantitativa.

    A sociedade escravista surgiu com três importantes indicios: a propriedade privada com a concentração de terras, que se precisava de uma grande quantidade de trabalhadores, o segundo seria a disponibilidade de escravos no mercado de venda, onde houve a produção mercantil e o desenvolvimento do mercado e por ultimo é o número mão-de-obra adequada, que era relativamente inexistente devido a Reforma de Sólon com a abolição por dívida, tendo a necessidae de busca-los lá fora, em cidades-Estados e pelos bárbaros.

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  17. JONATAN DE LEMOS AGRA NASCIMENTO.

    Foi predominante na historiografia a mentalidade que determinava as guerras como sendo fator precípuo de origem da escravidão no mundo grego antigo em virtude da captura em massa de prisioneiros, que estabeleceriam uma oferta enorme de escravos, engendrando, desta forma, a procura dos mesmos.

    Todavia, as diretrizes históricas que se sucederam invalidaram este modelo. A procura por mão-de-obra é o que insuflaria a transformação de prisioneiros em escravos, as guerras seriam apenas fator de intensificação desta prática.

    Sendo a procura antecessora lógica e histórica da oferta, Moses Finley estabelece aspectos que vão delinear os fatores sem os quais a primeira não existiria, sendo eles: a existência concentrada de uma propriedade privada e essencialmente agrária, cujo funcionamento dependia necessaria e permanentemente de uma mão-de-obra extrafamiliar; o desenvolvimento significativo da produção mercantil e dos mercados como um todo, que possibilitavam a importação de escravos; e a falência de uma mão-de-obra interna suficientemente forte para agir como força motriz de uma sociedade agrária como a grega, tendo, portanto, que buscá-la em outras cidades-Estados ou no mundo bárbaro.

    A despeito da solidez da escravidão-mercadoria grega, as reformas de Sólon constituem um dos principais sustentáculos para que a mesma se consolide no contexto sócio-econômico da Grécia antiga.

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  18. RESPOSTA DE LUISE CAVALCANTE DOS SANTOS


    Analisando o contexto da Grécia Antiga, é possível perceber que a mesma apresentava três características fundamentais para o aparecimento do sistema escravista. Eram elas, segundo Moses Finley: a existência da propriedadede privada, excluindo a maior parte da população do direito à terra; o desenvolvimento das atividades mercantis e do comércio, que fomentou a compra e a venda de escravos; e por último, a insuficiente mão-de-obra interna, que levou os gregos a buscarem esse suprimento de força de trabalho fora da Grécia.
    Esses fatores foram somados aos princípios das Reformas de Sólon, cuja base era a proibição da escravidão de cidadãos atenienses, o que incitou ainda mais a procura de mão-de-obra escrava fora dos domínios gregos.

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  19. Luiza Rafaela Bezerra Sarraff

    Durante muito tempo, a historiografia creditou a guerra o desenvolvimento de uma sociedade escravista. Segundo esta concepção, a existência de prisioneiros de guerra teria incentivado a transformação desses em escravos, ou seja, “a oferta de escravos teria precedido e até suscitado a procura.”. Todavia ,tal concepção é falsa,pois ,as guerras apenas explicam a intensificação do escravismo já existente. A questão principal para entender como se desenvolveu a sociedade escravista,se dá através da indagação dos motivos que suscitaram o aumento da procura de escravos. Este questionamento é respondido para Ciro Flamarion Cardoso, através de Finley, que acredita que três condições incitaram o desenvolvimento da sociedade escravista:
    - A concentração da propriedade privada da terra,que torna necessário a busca de mão-de-obra extra familiar para cultivo da terra;
    -Desenvolvimento da produção mercantil e dos mercados;
    -“inexistência de um suprimento interno adequado de força de trabalho dependente” .
    Após as reformas de Sólon,que garantiram a terceira condição,devido a impossibilidade de escravizar cidadãos atenienses por dívida.
    Para Finley, uma sociedade para ser considerada escravista deve estar largamente permeada pela presença de mão-de-obra escrava em atividades econômicas,sendo responsáveis pelas riquezas geradas. Além disso,deve-se destacar que sua importância não é quantitativa,mas qualitativa.

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  20. Louise Lopes Veloso

    O surgimento da sociedade escravista no mundo grego se deve principalmente a três fatores: a existência de uma propriedade que, ao ser concentrada faz com que seus proprietários precisem de mão-de-obra extra;desenvolvimento de um comércio mercantil através da importação e do comércio interno de escravos e também a falta de mão-de-obra interna satisfatória, uma vez que a escravidão por dívidas havia sido extinta pelas Reformas de Sólon. A escravidão que já era uma prática na sociedade se intensifica criando um modo de produção escravista. Para Finley tal sociedade tem por base fundamental a escravidão, mas não pela quantidade de escravos e sim pelas funções que eram exercidas por eles, sendo os escravos os responsáveis pela geração de riqueza das classes mais abastadas.


    Referências Bibliográficas:

    - FINLEY, Moses. L’économie antique, s.d. In: CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003.

    - CARDOSO, Ciro Flamarion Santana. O trabalho compulsório na Antiguidade: ensaio introdutório e coletânea de fontes primárias. 3 ed. Rio de Janeiro: Graal, 2003.

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  21. Ingrid da S. Linhares.

    As condições para o surgimento de uma sociedade escravista vão ser situadas por Finley em:
    -Concentração da propriedade privada de terras, gerando a necessidade de mão-de-obra extra familiar;
    -Desenvolvimento da produção mercantil e dos mercados;
    -Insuficiência do abastecimento interno de mão-de-obra, gerando a necessidade de buscá-lo fora.
    Estas seriam as condições que propiciaram a sua origem juntamente com uma terceira através de Sólon e sua reformas em 594 a.C. o qual vai abolir as dívidas e proibir a escravidão de atenienses,inflamando ainda mais as buscas por mão-de-obra escrava fora da Grécia Arcaica.
    Para Finley, uma sociedade escravista vai ser definida não por uma componente quantitativa, e sim pela efetiva participação dos escravos em várias atividades, gerando desta maneira, a maior parte da riqueza.

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  22. O modo de produção escravista se dá, segundo Finley, através de três pontos principais: a concentração de terras fez com que houvesse uma necessidade de mão-de-obra extra-familiar; um desenvolvimento da produção mercantil e dos mercados (que teriam a capacidade de importar os escravos) e falta de contingente interno de mão de obra compulsória, sendo necessário então buscá-lo fora.. Nesta região (a Ática)constata-se um aumento da população, uma concentração de terras nas mãos dos eupátridas e uma urbanização que se intensificaram perto do século VI a.C, formando um contexto em que as reformas de Sólon, que garantiram o terceiro ponto ao proibir a escravização de cidadãos atenienses, se acrescentaram.
    Kamila Gouveia Camargo Cré

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  23. É possível perceber que claramente a constituição de uma sociedade escravista no mundo grego está atrelado a alguns fatores primordiais como :com o passar dos tempos , as terras foram se concentrando nas mãos de poucos homens, que membros de uma aristocracia, passaram a precisar de muita mão de obra extra que não se encontrava disponível na polis. Isso, somado ao fato de que as relações mercantis e a construção de novas rotas comerciais, abriram oportunidades para que as mesmas embarcações que comercializavam mercadorias, fomentassem um processo de importação e consequente trafico interno de escravos. Com as reformas de Sólon, que modificaram completamente a sociedade grega até então e a consequente proibição da escravidão de cidadãos por dividas, instaura -se a tal “escravidão mercadoria ”, uma vez que por falta de mão de obra disponível para essa função internamente, fez – se necessário a obtenção desses escravos fora da pólis, seja com povos bárbaros ou ate mesmos nas demais pólis gregas. Com essa conjuntura de fatores ocorrendo simultaneamente, chegamos a uma sociedade grega escravista ,que segundo Finley, era caracterizada não pelo numero de escravos em si, mas sim pela importância que os mesmos obtiveram na constituição da economia local, atuando em larga escala, em diversas atividades que geravam grande parte da riqueza para a aristocracia e levava a um consequente desenvolvimento politico - social daquela sociedade, (escravos com importância qualitativa e não quantitativa).

    Fábio Dias de Mendonça
    Obrigado e Boa noite!

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