quarta-feira, 26 de maio de 2010

1ª Questão (ões)

1 . Quais os argumentos do Ciro em Trabalho Compulsório na Antiguidade, pra negar a existência de "trabalho livre"? (ver pp. 26-29)
2 . Tomando em consideração toda a bibliografia utilizada, inclusive o material sobre Economia e Sociedade no Egito Antigo, como o Autor caracteriza as comunidades aldeãs nio Egito faraônico?

60 comentários:

  1. Respostas de Daniel Schneider Bastos:

    Resposta da questão 1:
    O argumento fundamental do autor é de que os camponeses ditos "livres" estavam sujeitos a um sistema de exploração (corvéia real), que os submetia a trabalhos forçados. Esses trabalhadores chegavam inclusive a serem encarcerados em prisões durante o período que eram obrigados a prestar serviços ao Estado, sendo retribuídos apenas com uma quantidade limitada de alimentos. Aqueles que tentavam fugir da corvéia tornar-se-iam escravos hereditários, caso não se entregassem após seis meses, sendo que seus parentes poderiam ser aprisionados para forçar sua volta.
    Além disso, o autor ainda argumenta que os camponeses eram alvo freqüente de injustiças e arbitrariedades por parte da classe dominante, que os explorava além daquilo que era previsto pelas leis.
    Por conta disso, o autor afirma que seria incoerente chamar de livres pessoas que estivessem submetidas a tantas obrigações e limitações de sua própria liberdade.

    Resposta da questão 2:
    No livro “O Trabalho Compulsório na Antiguidade”, o autor afirma que existem fontes que apontam a existência de uma organização comunitária aldeã já no período faraônico, ao menos durante o terceiro e parte do segundo milênio a.C.
    O primeiro indício apresentado por Ciro Flamarion S. Cardoso são relevos em tumbas do Reino Antigo, que mostram que quando uma aldeia não efetuava todo o pagamento dos respectivos impostos, era o chefe que se responsabilizava perante os tribunais. Isso caracterizaria uma comunidade marcada por uma solidariedade coletiva, pelo menos diante dos impostos e das tarefas agrícolas.
    O autor também diz que existiam tribunais e conselhos locais de aldeias, os quais eram constituídos por homens e mulheres da comunidade. Pode-se concluir que, durante um longo tempo após a unificação do reino egípcio (3100 a.C), o Egito conservou características de uma cultura aldeã nos moldes dos clãs e aldeias do período pré-dinástico (4400 à 3000 a.C), marcada por um sentimento de coletividade e uma estrutura corporativista.
    Porém, os laços que uniam as comunidades se enfraqueceram ao longo do II milênio a.C, dando lugar organização dos camponeses em torno de famílias independentes, a medida que avançava a diferenciação social entre os camponeses

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  2. Questão 1.
    O autor baseia sua argumentação no fato de que os trabalhadores não podiam realmente gozar de uma liberdade em sentido pleno.
    Assim, Ciro cita como seu primeiro exemplo a corvéia real que submetia pessoas de diversas profissões a trabalhos forçados, sendo encarceradas à noite e punidas com a escravidão em caso de fuga. Esse tipo de obrigação mostra a fraqueza da liberdade dos trabalhadores, nas palavras do próprio autor: "Será possível considerar como livres, no pleno sentido da palavra, homens e mulheres que periodicamente eram fechados numa prisão e forçados a trabalhar, recebendo em troca apenas uma parca alimentação?"¹.
    Há também uma análise sobre as "cidades operárias" onde artesãos especializados eram mantidos dentro de muralhas aonde deviam permanecer. Portanto, de maneira nenhuma esses trabalhadores podiam ser chamados de plenamente livres.

    1 - CARDOSO, C. F. S.. O Trabalho Compulsório Na Antigüidade.. RIO DE JANEIRO: Graal, 1984. p. 27

    Questão 2.
    Achei bem completa a resposta do Daniel no que diz respeito à argumentação do Ciro para mostrar uma organização comunitária aldeã que virá a se diluir. Mas eu gostaria da acrescentar um ponto sobre o Modo de produção aldeão.
    No livro "Modo de produção asiático - nova visita a um velho conceito", também do Ciro F. Cardoso, o autor fala que no interior da base social aldeã a agricultura e o artesanato se complementavam de maneira a assegurar a auto-suficiência da comunidade aldeã, a compreensão dessa organização comunitária aldeã, no seio da qual desenvolve-se um auto-suficiente modo de produção é essencial também para a compreensão do Modo de produção asiático.

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  3. Resposta da questão 1:
    Ciro em seu livro, "Trabalho compulsório na Antiguidade", cita um autor chamado Dykmans. Este, por sua vez, acredita na idéia de uma relação contratual entre os homens egípcios e posteriormente uma relação "feudal" no Egito,na qual os homens ficariam presos a terra hereditariamente.
    Todavia, Ciro refuta essa idéia de liberdade, haja visto que, a corvéia real, por si só, já exclui tal pensamento. Os homens chamados a prestar corvéia real, não possuiam direito de escolha de ir ou não, sendo assim a corvéia caracterizada como um trabalho compulsório. Além disso, a fulga de uma corvéia levaria a uma escravidão hereditária, como já falado anteriormente. Os artesãos especializados eram os que detinham uma melhor condição de vida entre os trabalhadores, contudo, não possuiam direito a liberdade. Estes residiam em verdadeiros "povoados-prisão", segundo a qual deveriam atender aos interesses do faraó.
    Em sintese, percebe-se que, o trabalho livre não existia. A corvéia real implica uma relação paradoxal com a idéia de liberdade.

    Resposta da questão 2:
    Segundo o "Trabalho compulsório na Antiguidade" as comunidades aldeãs se caracterizavam por uma organização comunitária e solidária. Havia nas comunidades aldeãs um chefe das aldeias. Este, por sua vez, era responsavel por recolher os tributos/impostos das aldeias. A idéia de soliedariedade vem a partir do momento em que todos trabalhavam de forma comunitária para pagar os impostos.
    A produção dessa comunidade ,como muito bem citada pelo Pedro, passa pelo interligamento da agricultura e do artesanato como formas de auto-suficiência.

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  4. Questão 1:
    Tratando da corvéia, acho que o Daniel, o Pedro B. e o Pedro H. já disseram tudo: é muito questionável falar de liberdade num meio social onde existem modelos de submissão como este que sujeita toda a sociedade ao governante se baseando em conceitos religiosos. Em "O trabalho...", o Ciro chega a dizer que a própria divisão entre escravos e livres não era conciderada. A grande linha que cortava ao meio o Egito Antigo separava os favorecidos pelo sistema de exploração e recolhimento de tributos e os despossuídos.
    Questão 2:
    Seguindo a apostila e o livro, pode-se ver que a organização aldeã no Egito Antigo passou por dois momentos: inicialmente prevaleciam comunidades bem estruturadas, com um conselho de representantes que mediava as relações entre Estedo e indivíduos; posteriormente (aponta-se a partir do século XVII - episódio dos hicsos), a ideia de coletividade se perde, e os indivíduos pasam a ter de lidar sozinhos com as instabilidades e complicações do momento.

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  5. Larissa de Mello Beckman

    QUESTÃO 1

    O autor em seu livro Trabalho Compulsório questiona o conceito de uma liberdade total já que todo e qualquer trabalhador era submetido ao regime de "corvéia real", em que eram obrigados a prestar serviço por um determinado período de tempo.
    A não prestação do serviço poderia acarretar em um regime prisional temporário ou em uma escravidão que poderia, inclusive, tornar-se hereditária.
    Alguns membros da sociedade que possuissem mais prestígio poderiam trocar seus serviços enviando empregados em seu lugar, por exemplo. Mesmo assim, o autor afirma que essa "troca" também era uma forma de não-exercicio de liberdade plena.

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  6. Jonatan Agra

    Concordo plenamente com as respostas colocadas pelos colegas, mas me parece válido uma observação sobre a questao 1:

    Bom, como os colegas já o colocaram (e muito bem), a afirmação da existência de trabalho livre na Antiguidade é de origem extremamente questionável, tendo em vista a corvéia real como fator de desconstrução de quaisquer ideais de liberdade individual. Minha observação consiste em apenas ressaltar que, em se tratanto do Egito faraônico, a imposição da corvéia real só ocorria de maneira bem sucedida graças a dois importantes sustentáculos: - A existência de "sau" (no Egito), traduzida como "phylé" pelos gregos, que consistia num sistema de ordenamento do trabalho em equipes que atuavam revezando-se periodicamente; tal sistema é de extrema importância para a compreensão da inexistência do trabalho livre no antigo Egito já que representava a lógica do que ocorria na prática: legiões de trabalhadores que iam prestar a corvéia real periodicamente e tratadas essencialmente como conglomerados, em detrimento das individualidades ali presentes;

    - E também a preocupação constante do Estado egípcio com o controle e a racionalização da mão-de-obra que se realizavam pelo censo; tal fato expressava-se pela fortíssima burocratização e rigidez estatais, garantindo, assim, o bom funcionamento da corvéia real e a supressão das liberdades individuais.

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  7. Por enquanto acho as respostas/comentários de altíssimo nível, estou gostando muito. Está uma ótima discussão. Apenas, observo que devem rever o Português antes de enviar comentários porque ocorreram pequnos deslizes em grafia de palavras.
    Sônia

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  8. No que se refere à questão 1 acredito que as respostas foram muito bem estruturadas, gostaria no entanto de acrescentar que apesar desses indícios nos mostrarem claramente que a existência de "trabalho livre" no Egito Antigo é altamente questionável, juridicamente apenas uma parcela da população era considerada escrava.
    Sobre a questão 2 a partir do comentário do Pedro sobre a existência de chefes nas comunidades aldeãs, gostaria de ressaltar a possibilidade que era prevista pela comunidade de sua troca caso não desempenhasse corretamente suas funções, que difere claramente da organização em torno do faraó (insubstituível e visto como deus), e também da organização atual do poder.
    Bruna Clemente de Farias

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  9. Questão 1:
    Em função das respostas completas de meus colegas, acredito que só posso reforçar um ponto dessa questão: a proximidade da situação econômico-social de livres e escravos, que segundo Ciro Flamarion S. Cardoso, realizavam tarefas similares, me parece decisiva para a compreensão da inexistência do trabalho livre.
    O trabalho deveria passar pela noção de um tipo de trabalho explorado, em que uma pequena classe dominante detentora dos recursos, do controle sobre as atividades e dos excedentes provenientes das corvéias e dos tributos oprimia a grande maioria da população desprovida dessas condições econômicas.

    Questão 2:
    Tomando como base o "Trabalho Compulsório na Antiguidade" e a apostila "Oriente Próximo Antigo", é possível perceber dois momentos distintos no período faraônico no que diz respeito às comunidades aldeãs.
    Num primeiro instante, especialmente até a terceira parte do 2ºmilênio, havia uma coesão e uma cosciência coletiva entre os aldeãos. Tais características são notadas por indícios reveladores de uma solidariedade aldeã frente ao fisco e entre os membros da aldeia permitindo a circulação de riqueza com o recebimento e doação de presentes e auxílios e de uma organização interna própria baseada em conselhos ou assembleias.
    O segundo momento foi a partir do contato com os hicsos nos séculos XVII-XVI a.C, quando se processaram intensas transformações sociais e técnicas representadas pela organização das famílias como unidades econômicas distintas e por uma relação mais individualizada e mercantilizada entre os aldeãos.

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  10. LUCAS ROSA SILVA
    questao 1
    o argumento fundamental do autor para negar a existencia do trabalho livre e a presença de sistemas de exploracao , no qual , o principal deles e a corveia real . uma pessoa era recrutada para fazer trabalhos para o faraó e se nao se apresentasse em um periodo de 6 meses era procurada e caso fosse encontrada era escravizada , portanto nao havia liberdade. outro sistema de exploracao era o dos construtores de tumba de faraó , q viviam em vilas q eram vigiadas , eram praticamente povoados-prisoes.

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  11. Juliana Moura M. da Fonseca

    Questão 1
    Os argumentos utilizados pelo autor, em "O Trabalho Compulsório na Antiguidade", são os seguintes: o fato dos trabalhadores estarem submetidos a corvéia do Estado e ao poder despótico de administradores ( das terras reais e dos templos) ou de proprietários de terras.
    Estes fatos acabavam com qualquer liberdade individual.
    O autor também aponta que eles não eram escravos nem servos (no sentido medieval).

    Questão 2
    Existem três aspectos fundamentais que caracterizam a base dos princípios de organização comunitárias aldeães:
    1-Elementos de solidariedade economico-social: na aldeia havia uma união entre o artesanato e a agricultura e troca de presente recíprocos entre as famílias e o controle social era ao nível locas;
    2-O controle da irrigação e de aspectos específicos do ciclo agrário era exercido por órgãos comunitários locais;
    3-Funções administrativas e judiciárias à nível local: tinham competências administrativas, intervinham em questões criminais.

    Esses pontos eram regulados pelos conselhos locais, compostos por membros da própria aldeia.
    Obs.: Já que eram governados pelo costume, provavelmente a economia e sistema social eram variáveis de uma região para outra.

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  12. LUCAS ROSA SILVA
    questao 2
    como meus colegas de classe ja explicaram bem essa pergunta , vou tentar nao ser repetitivo . de acordo com a apostila e o livro as comunidades aldeas , no primeiro momento,eram muito interligadas , tendo na agricultura sua principal atividade , existia 1 chefe q coordenava e recolhia a producao e os impostos , existia tb os coselhos . no segundo momento , a individualidade tornou-se um ponto importante dessa sociedade , q passou a ter um relecao mercantilizada e as pessoas nao tomavam decisoes em cojunto mais

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  13. Paula de Souza Valle Justen

    As respostas até agora já estão bem completas, portanto irei completar as argumentações com algumas pontuações.

    1ª Questão
    No Trabalho Compulsório na Antiguidade logo no começo há uma citação de J. Chadwick que sintetiza bem a situação da liberdade no antigo Egito: "Mas numa sociedade autocrática governada por um monarca, é difícil afirmar que qualquer homem, a não ser o rei, seja verdadeiramente livre". Essa passagem pode ser simplificada pela existência da corvéia real, já tão caracterizada nesse tópico, que todos deveriam cumprir, sob a pena de se tornar escravo hereditário.
    Além disso, outra marca da falta do chamado "trabalho livre" é a necessidade que alguns faraós viram de anexar uma punição para os altos funcionários do governo que impusessem corvéias ilegais a camponeses de templos que haviam sido isentos por um decreto oficial. Ou seja, a situação de subordinação dos camponeses ia além da corvéia real.

    2ª Questão
    Mesmo já tendo sido muito bem respondida pelos colegas acima, gostaria de fazer uma leve observação sobre as mudanças a partir da invasão dos hicsos e a consequente difusão de novas tecnologias. A revolução tecnológica pressupõe num aumento de excedentes. Mesmo que a maior parte da colheita fosse destinada ao pagamento de tributos, não é ilógico imaginar que algumas famílias camponesas também se apropriassem um pouco desse excedente. Logo, o detrimento da coesão aldeã está diretamente relacionado à diferenciação dos camponeses entre si, resultante da tecnologia trazida pelos hicsos.

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  14. Luiza Rafaela Bezerra Sarraff

    As respostas dos meus colegas,foram muito completas.Cabe aqui,apenas reforçar e tentar complementar os comentários anteriores.
    1ª Questão.

    A "Corvéia Real" era a obrigação de exercer algum tipo de serviço(conserto de diques e canais de irrigação,construções,etc) por tempo determinado por ordem do Faraó.Tal elemento impossibilita a idéia de "trabalho livre",já que as "pessoas em princípio livres" quando eram convocadas para prestar a corvéia, viviam um regime extremamente controlador.Para exemplificar a rigidez do controle seguem-se dois exemplos:
    -As pessoas "eram encerradas à noite na prisão local durante o período do trabalho compulsório.(...)Se tentassem escapar à corvéia pela fuga,depois de um prazo de seis meses transformavam-se em escravos hereditários.Para forçar os fugitivos a entregar-se,familiares seus podiam ser aprisionados."
    -Além disso existiam cidades(como Deir-el-Medinah)que foram criadas com objetivo de reunir os trabalhadores mais especializados para construirem as tumbas dos faraós.Apesar de receberem salários,esses trabalhadores viviam uma vida de prisioneiros,pois eram "cercados de muralhas com uma só via de ingresso e patrulhados por guardas."
    Além disso,Ciro Flamarion Cardoso,coloca a questão das "shabtis"(pequenas figuras humanas colocadas nas tumbas),que tinham como função substituir o morto na corvéia no outro mundo.
    Por fim,esses são os elementos utilizados pelo autor para refutar a idéia de "trabalho livre".

    2ª Questão.
    As comunidades aldeãs no Egito Faraônico,para Ciro Flamarion Cardoso,eram caracterizadas por gozarem:
    -de uma“solidariedade coletiva aldeã diante do imposto e das tarefas agrícolas”;
    -de certa autonomia jurídica e administrativa,ou seja,as comunidades possuíam órgãos responsáveis por dirimir disputas,intervir em questões criminais e cíveis,regulavam e registravam as transações e os atos ligados à herança;
    -pelo controle da irrigação e os aspectos coletivos da água e de alguns aspectos específicos da agricultura.
    Os pontos explicitados acima eram regulados por conselhos locais que eram constituídos por pessoas da aldeia,que poderiam receber títulos como o de “ancião” que significa “notável”.Isso caracteriza uma certa hierarquia que desmonta a noção de igualitarismo dentro de uma aldeia.

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  15. Julianne da Silva Bittencourt Lopes

    1.A expressão "trabalho livre" dá a entender que os trabalhadores gozavam de liberdade no que confere ao trabalho ,seja desempenhando-o por vontade própria seja por esse se contrapor a outro tipo de trabalho na qual a liberdade não estava incluida.No caso do Egito Faraônico, essa expressão ,segundo Ciro ,estaria sendo usada incorretamente, já que a existência da corvéia real, como forma de trabalho dessa época, teria características que contradizem o conceito de liberdade.Para confirmar essa ideia o autor utiliza dois argumentos principais.O primeiro, caracterizando a corvéia real, um tipo de trabalho que qualquer indivíduo poderia ser chamado para realizar e era obrigado a se apresentar com direito a ser punido caso o contrário.Essa punição consistia em se num prazo de seis meses esse não se apresentasse se tornaria um escravo hereditário ou mesmo teria um de seus parentes aprisionado para ser forçado a se entregar.O segundo argumento seria o tratamento dispensado aos que estavam submetidos a esse trabalho.Muitos trabalhadores ficavam presos durante o tempo da corvéia, recebendo o mínimo de alimento para sua sobrevivência.Nesse sentido, Ciro faz um questionamento que marca sua posição oposta a expressão "trabalho livre": " Será possível considerar como livres, no pleno sentido da palavra, homens e mulheres que periodicamente eram fechados numa prisão e forçados a trabalhar, recebendo em troca apenas uma parca alimentação?"( CARDOSO,Ciro F.,p.22).

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  16. Primeira questão:
    1) Ciro Flamarion em ''O Trabalho Compulsório na Antiguidade'' introduz sua argumentação de negação da existência do trabalho livre no Egito com a questão da corvéia real e da administração autoritária em torno dela. Menciona o papiro do Reino Médio, indicando que pessoas ''livres'', quando chamadas à corvéia real, eram encerradas à noite na prisão local durante o período do trabalho compulsório.
    E assim, uma polêmica retórica é enfatizada: será possível considerar como livres homens e mulheres submetidos a essa situação?
    O autortambém exemplifica que pode-se inferir de documentos não literários, o tratamento dos trabalhadores como ''equipes'', sob as ordens de alguém, nunca como indivíduos dígnos de atenção.
    Ainda, o autor indica que em uma economia de baixa tecnologia e mercantilização, e muito burocratizada, como a economia do Egito, provavelmente os camponeses eram atados à terra.



    2) No material de Economia e Sociedade no Egito faraônico o autor cita a consistência da organização interna aldeã. Essa organização, tratando-se do III° milênio a.C., foi caracterizada em ''O Trabalho Compulsório na Antiguidade'', como dotada de uma solidariedade coletiva aldeã diante do imposto e das tarefas agrícolas (afirmação com base arqueológica).
    Ainda, há a caracterização dos conselhos e tribunais locais, constituídos por homens e mulheres da própria comunidade, ''anciãos'' (notáveis, o que demonstra uma estrutura social própria dentro da aldeia. Também, ''direito coletivo sobre a água e as instalações de irrigação'' (pp 24).
    Por fim, há também, muitas vezes, organização do trabalho relacionada ao quadro familiar.

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  17. De Antonio Lessa Kerstenetzky

    Questão 1.

    1. Ciro Flamarion Cardoso, em seu "Trabalho compulsório na antiguidade" rebate a noção de que existiam, realmente, trabalhadores que podemos chamar "livres" no Egito Antigo.

    Em primeiro lugar, Cardoso refuta essa ideia nos apresentando à Corveia Real. Essa prática, imposta aos egípcios, os forçava a trabalhar durante certa quantidade de tempo em condições semelhantes àquelas nas quais labutam escravos: dormiam em prisões, não podiam se negar a trabalhar e, caso fugissem, seriam transformados em escravos após seis meses. Seriam, aliás, coagidos a voltarem através do sequestro de seus parentes.

    Em segundo lugar, como os srs. Pedro Balthazar e Pedro Castro bem ressaltaram, mesmo trabalhadores qualificados, como artesãos responsáveis por decorar tumbas, mesmo muito bem pagos, eram mantidos sob estrita vigilância.

    Em suma: não há trabalhadores, no Egito, que sejam essencialmente livres.


    2. O Egito Antigo estava organizado fundamentalmente sob o chamado "Modo de Produção Asiático". Este se consiste em uma articulação entre o "Modo de Produção Palacial" e o "Modo de Produção Aldeão". Os impostos devidos ao "Palácio" pela "Aldeia" uniam os habitantes desta; de fato, é possível verificar um sentimento comunitário no Egito, pelo menos até o III milênio a.C.
    Já no segundo milênio, o que se verifica é o esmorecimento das estruturas comunitárias, erodidas pela ação da diferenciação social entre os camponeses.

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  18. Acompanho com o maior interesse a discussão de vocês. Goste de todos os comet´rios porque: a) estão bem redigidos, muito articulados; levantaram aspectos diferentes evitando repetições; c) citaram bibliografia e a comentaram; d) abordaram os aspectos mais importantes da corvéia real, das comunidades aldeãs, e puseram essas situações numa perspectiva histórica, ao longo do tempo como comprovam várias respostas, como por exemplo a de Larissa. Ressalto, no entanto, que todas estão excelntes. Leiam todos os comentários porque é uma maneira linda e útil, eficiente, de estudarem em grupo.
    Profa.Sônia

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  19. Pode-se perceber a partir da leitura do trecho citado de "trabalho compulsorio na antiguidade", a negação da existência de trabalhadores livres no Egito antigo. Para tal conclusão, Ciro Cardoso baseia-se no conceito de Corvéia Real, nome dado a um tipo de modo de exploração laboral aplicada na antiguidade egípicia no qual os trabalhadores deveriam conceder parte de seu tempo e força ao Estado, e consequentemente ao Faraó, que por ser o dono e dispensador de todas as terras tinha o direito de cobrar tributos tanto em produtos como em trabalho.
    Deve-se destacar que nesse modo de exploração os trabalhadores eram tratados como extrema ignorancia por parte dos capatazes, sendo mantidos sob cárcere, e recebendo rações minímas para sua sobrevivência.Outro fator válido para tal argumentação e já citado pelos colegas acima, é a extrema vigilância que mesmo os trabalhadores qualificados sofriam.
    A partir da apresentação de tais fatos mostra-se evidente a inexistencia de trabalhadores livres no egito antigo.
    -------------------------------------------------
    Obs: Para uma melhor compreensão da organização do trabalho no antigo Egito CF. CARDOSO, Ciro Flamarion. Sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática. 1986. Princípios 47.

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  20. Ingrid da S. Linhares.
    Q.01-

    Segundo Ciro F. Cardoso em “O Trabalho Compulsório na Antiguidade”, a caracterização de um modo de produção asiático pautado na Corvéia Real, vai levá-lo a negar a existência do trabalho livre na antiguidade.
    O Egito vai ter na figura do Faraó a ideia de um “dispensador da abundância” o qual vai dar terras para o clero, guerreiros e funcionários. Haverá cobrança de tributos nessas terras, tanto em produtos quanto em serviços, designado de Corvéia Real. Esta era um trabalho compulsório em que as pessoas eram convocadas pelo Estado para trabalhar na realização de qualquer tarefa em algum momento, que quando não realizado em um período de seis meses fazia do indivíduo um escravo. Todos que pertencessem à elite e não fossem da família do Faraó, deveriam pagar a corvéia real – tributos em espécie – trigo, cevada, frutos, minério, produtos agrícolas em geral, promovendo uma articulação entre o palácio e as aldeias.

    Q.02-

    A chamada economia da sociedade egípcia vai se apoiar em dois setores de produção, o palacial e o aldeão. As comunidades aldeãs vão ser caracterizadas pelo autor, como o local de uma produção de bens de consumo direto, sendo o seu núcleo a agricultura irrigada. Com a entrada do IIº milênio esse núcleo vai ser passado gradativamente para o arrendamento como relação de produção principal. Houve um vínculo de produção entre o modo palacial que visa explorar através do pagamento de tributos, as comunidades aldeãs. Estas vão ter certa autonomia, mas sempre apresentando esse caráter exploratório. A produção é de forma familiar, contudo não igualitária por algumas aldeias estarem mais próximas de rios. Apesar da submissão ao Estado, haverá uma articulação entre esses dois setores, permeado pela Corvéia Real, o pagamento pelo sistema de rações e tributos em espécie. A aldeia vai ter a obrigação de produzir uma parte para o palácio e outra para suprir as próprias necessidades. Apoiam-se em uma ideologia religiosa, pois acreditam que se fizerem isso, estarão agradando ao Deus e mantendo a ordem cósmica.

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  21. Natasha Moreira Piedras

    1) Segundo Ciro, a existência da Corvéia Real é o fator preponderante para fundarmos uma argumentação contrária a existência de trabalho livre no Egito.
    A instituição pôde ser melhor conhecida graças á publicação do Papiro Brooklyn, por W. C. Hayes. Apesar de ser um documento do Reino Médio, é provável que seu conteúdo ocorresse de forma análoga em outros períodos.
    Segundo o Papiro, os trabalhadores até então livres eram designados á realização de um trabalho compulsório de natureza variada - a Corvéia Real. Ela seria, desta forma, a tributação em serviços paga ao Rei/Faraó que permitiria a articulação entre as aldeias e o palácio.
    Entre os fatores que evidenciam o cerceamente da liberdade, temos: aqueles chamados á Corvéia eram mantidos presos durante a noite no período de serviço e , além disso, caso tentassem fugir seriam transformados em escravos hereditários e seus familiares poderiam ser aprisionados.
    É importante mensurar que a realização da Corvéia se dava por pobres e ricos. Acredita-se, no entanto, que estes possuíam formas de evitar o trabalho forçado.

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  22. Natasha Moreira Piedras

    2) As comunidades aldeãs constituem, juntamente com o Palácio, aquilo que compõe o chamado "Modo de produção Asiático".
    De acordo com sua estrutura interna, podemos encontrar indícios de uma organização comunitária tanto no período Helenístico quanto no Faraônico (ao menos durante o terceiro milênio).
    A organização seria pautada na existência de uma solidariedade coletiva, bem como na presença de tribunais e conselhos presididos por "anciãos".

    Progressivamente houve mudanças em tal quadro, o que tornou perceptível maior diferenciação interna.
    Acredita-se que as diferentes atribuições funcinais, bem como impactos externos foram precursores do processo.
    Havia aqueles cujo poder decisório, os ganhos e o pretígio eram maiores. Esse grupo organizaria o trabalho na comunidade e seria sustentado por ela.

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  23. Questão 2:
    Podemos caracterizar comunidades aldeãs como "um agrupamento humano no qual as relações de parentesco ou vizinhança reunem os membros do grupo em uma frente comum(...) que mantinham-se devido a união do artesanato e da agricultura, ao controle local da irrigação e a diversos mecanismos que preservavam a solidariedade interna do grupo." (CARDOSO, Ciro Flamarion. Sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Ática. 1986. Princípios 47. Vocabulário Crítico. P. 78).
    Deve-se entender a partir dos textos lidos e da citação acima, que o modo de produção asiático vai se mostrar como uma articulação entre os modos de produção aldeão e palacial. Portanto nota-se nas comunidades aldeãs egípicias um exemplo clássico de sociedade explorada por uma comunidade superior, no qual um governante "divino" tributa através de produtos e serviços a população.

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  24. 1. Segundo Ciro, e ao contrário do que pensam alguns autores, no antigo Egito não se podia falar numa forma de trabalho livre. O principal argumento utilizado por ele para justificar esse fato é a presença, naquela sociedade, da corvéia real, isto é, imposto em forma de mão-de-obra que deveria ser pago pelos habitantes das aldeias para os habitantes do palácio. Segundo o autor, essas mesmas pessoas consideradas livres, “quando chamadas a corvéia real, eram encerradas a noite na prisão local durante o período do trabalho compulsório” e submetidas a variadas tarefas, que incluíam conserto de diques e canais de irrigação, tarefas agrícolas, construções, etc. E quando tentavam fugir eram transformados, após um prazo de seis meses,em escravos hereditários.
    Para argumentar contra a existência do trabalho “livre”, Ciro cita ainda o caso dos construtores das tumbas dos faraós, que tinham suas vidas totalmente controladas, sendo obrigados a viver em “verdadeiros povoados-prisões, cercados de muralhas com uma só via de ingresso e patrulhados por guardas”.


    2. Como muitos já escreveram aqui em cima, essas comunidades faziam parte do modo de produção Asiático, baseado na relação entre um setor palacial e um aldeão, na qual o primeiro explorava o segundo através de impostos em forma de produtos e mão-de-obra.
    Segundo Ciro, as aldeias eram dotadas de uma organização interna consistente. Nelas, as obrigações quanto ao palácio uniam os habitantes, isto é, havia uma solidariedade coletiva diante do imposto e das tarefas agrícolas. No entanto, no decorrer do II° milênio, ocorre um enfraquecimento das comunidades aldeães, “na medida do progresso das forças produtivas e da organização em famílias independentes, bem como da diferenciação social entre os camponeses”.

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  25. Escrito por Thainá Campos Seriz

    1. Utilizando-se de passagens e dos argumentos expostos no Trabalho Compulsório na Antiguidade, o autor acha laborioso considerar que os trabalhadores/camponeses do Egito Antigo possam ser qualificados de “trabalhadores livres” enquanto que estes estavam “Submetidos á corvéia real de Estado e ao poder despótico de administrados de terras reais ou dos templos, ou de proprietários de terras, (...)” (pág. 26). “(...) Ora, o que nos ensina o papiro do Reino Médio é que as pessoas em princípio livres e que exerciam profissões variadas, quando chamadas à corvéia real, eram encerradas à noite na prisão local durante o período de trabalho compulsório, cuja natureza era variável: (...)”. * (pág. 21)
    ____
    * CARDOSO, Ciro Flamarion S. Trabalho Compulsório na Antiguidade. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1984.

    2. Citando-se a obra MODO DE PRODUÇÃO ASIÁTICO. NOVA VISITA A UM VELHO CONCEITO , as comunidades aldeãs teriam caráter familiar (modo de produção amplamente doméstico), caracterizando-se pela autossuficiência elucidável pela união decorrente entre um artesanato doméstico e a agricultura e por uma divisão do trabalho fixa e invariável. Ademais, pode-se expor que tais aldeias susbsistentes quando do avanço da urbanização e do aparecimento do Estado gozaram ainda de uma autonomia administrativa e judiciária estritamente local*.

    _____
    * CARDOSO, Ciro Flamarion S. Características Gerais do Oriente Próximo Antigo. A organização econômico-social (notas de aula)

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  26. Renato Castro
    1)O autor argumenta que os camponeses "livres" eram submetidos ao um sistema explorador,chamado corvéia real,esses camponeses enquanto estavam em trabalho na corvéia ficavam presos,somente recebendo quantidade limitada de alimentos.Os homens que tentavam fugir da corvéia tornavam-se escravos.
    Como mais um item o autor escreve que os camponeses sofriam explorações além das delimitadas pela classe dominante,portanto torna-se incoerente chamar essas pessoas de livres

    2)Os aldeia passam por dois momentos uma bem coesa e estrututrada na relação estado e povo.Jáno segundo momento perde-se a estrutura coletiva,e com isso cada yum tendo que lidar sozinho com as instabilidades dos momentos da sociedade

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  27. Questao 1:
    Ao refutar a ideia de trabalho livre na antiguidade, Ciro apresenta argumentos bastante contundentes. O principal e a apresentaçao da existencia da corveia real, um sistema de trabalho controlado pelo Estado, que afetava todos os trabalhadores. Quando convocados, os trabalhadores passavam a ter uma obrigaçao para com o Estado, passivel de puniçao(sendo a principal delas a escravidao) em caso de descumprimento.
    Essa condiçao, por si so, ja contradiz o que seria uma liberdade. Mas Ciro ainda extende sua argumentaçao para as condiçoes de trabalho na corveia. A remuneraçao era unicamente para a subsistencia, em forma de alimentaçao, e as moradias eram como prisoes, obrigatorias e vigiadas.
    Ate mesmo trabalhadores mais especializados, como os artesaos, estavam submetidos as vontades autoritarias dos governantes, evidenciando que a existencia de escravos nao quer dizer, necessariamente, que aqueles que nao o sao desfrutam de liberdade.

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  28. Questao 2:
    A caracterização das comunidades aldeãs se concentra em aspectos organizacionais que tocam na relação entre as pessoas que nelas viviam. O termo “solidariedade” e usado para classificar essas relações, e foi citado baseado em algumas constatações. Entre elas, esta a intervenção jurídica que existia na aldeia, com regulamentação e controle interno, e atuação entre seus próprios moradores. Alem disso, os realizadores de atividades de artesanato e de agricultura mantinham relações de troca amistosas e solidárias.
    Sobre o sistema de funcionamento aldeão e sua autonomia, pode-se perceber a importância do controle sobre os elementos fundamentais da agricultura, como a água. A existência de conselhos e tribunais denota uma certa complexidade comunitária na aldeia.

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  29. Questão 1. A existência do sistema de corvéia real no Egito antigo é um
    argumento fundamental usado pelo o autor para questionar a existência de
    trabalho livre. Como já citado, uma vez convocada a pessoa deveria
    comparecer dentro de seis meses para a prestação do serviço, caso não o
    fizesse, tornaria escravo hereditário. Durante a realização dos
    trabalhos forçados as pessoas eram vigiadas e mantidas em verdadeiras
    prisões. Para forçar as pessoas à se entregarem familiares poderiam ser
    presos. Tais evidências já nos permite constatar uma inexistência de
    liberdade nesse sistema. nem mesmo sacerdotes escapavam à corvéia,
    podendo, se necessário for, serem convocados a prestar serviços
    pesados como na agricultura por exemplo, deixando assim, suas funções
    sacerdotais.

    Questão 2. Segundo o autor, há indícios, embora indiretos, que no IIIo e parte
    do IIo milênio a.C já havia uma organização aldeã comunitária. Tais
    indícios nos mostram que era o chefe da aldeia quem respondia
    "legalmente" em caso de não pagamento dos impostos. A partir da análise
    de tais indícios é plausível imaginar que no terceiro milênio a.C já
    havia, pelo menos frente aos pagamentos dos impostos, uma solidariedade
    aldeã comunitária.

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  30. Gabriela Dindara C. Casanova

    Questão 01:

    (1).Resumindo, o que foi dito pelos meus colegas aqui nesta página, Ciro Flamarion deixa bem claro, a idignação com a consideração de trabalhador livre para diferenciar com aquele dito escravo. Como por sua vez, um trabalhador que fora recrutado sem seu consentimento voluntário, possa se dizer com certeza um trabalhador livre? Além de estar sujeito a punições, caso deseje se retirar de tal ofício. Uma definição como esta, é evidente, que leve-se a considerar entre as formas de trabalho compulsório a escravidão de qualquer tipo.
    A corvéia portanto, comportava fatores e condições que impediam de afirmar um trabalho livre existente no Antigo Egito. Vale-se lembrar que homens e mulheres estavam expostos a trabalhos forçados e, fechados em prisões por meses.
    Já foi dito, e ainda levanta esta questão mais uma vez: as prestações de serviços periódicamente na corvéia real e mais um exemplo o que na prática ocorria. No Egito era conhecida como sau e phylé era o termo utilizado pelos gregos. Tudo isto, reafirma como era o manejo na política central para controlar e haver a racionalização sobre a mão-de-obra ( a documentação confirma, para toda a história dinástica do Antigo Egito, uma preocupação constante no controle, a direção e a racionalização do emprego da mão-de-obra diponível, no contexto da corvéia real como os demais contextos.- página 27, economia e sociedade, Egito Antigo, notas de aula, ciro flamarion.), e como tal sistema surtia efeito e proporcionava um gerenciamento, como pode-se dizer, na administração local.

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  31. Gabriela Dindara C. Casanova.

    Questão 01:

    (2). As comunidade aldeãs no Egito Antigo é caracterizado atuante em pleno III milênio a.C., quando trabalhavam por mãos (equipes de cinco) os lavradores, formando as chamadas decúrios e centúrios.
    Já II milênio a.C, vemos comunidades enfraquecer-se, a medida que a grosso modo a constituição de quadros familiares que se tinha no II milênio a.C, no III milênio foram se desmembrando e famílias independentes foram surgindo e, além do que foram progredindo forças produtivas, assim como a diferenciação social entre os camponeses.

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  32. Nathália Teixeira Machado

    Questão 1 - Como já foi colocado muito bem nas respostas anteriores Ciro Flamarion Cardoso argumenta em seu livro ''Trabalho compulsório'' que não pode ser considerado ''livre'' uma vez que cidadãos eram submetidos a trabalhos forçados e colocados em uma prisão, onde recebiam uma parca alimentação. Não cumprindo com determinadas tarefas, poderiam depois de seis meses transformarem- se em escravos hereditários. Denominada corvéia real.

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  33. Nathália T. Machado

    Questão 2 -Segundo o "Trabalho compulsório na Antiguidade" as comunidades aldeãs eram formadas por uma organização comunitária e solidária.

    Havia nas comunidades aldeãs um chefe das aldeias, responsável pela cobrança de impostos. Coloca-se uma sociedade baseada na ''solidariedade'' devido a intervenção jurídica, controle feito pelos próprios moradores, marcada por um sentimento de coletividade.

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  34. Natália de F. de Carvalho Lacerda.

    Questão 1 - Ciro F. Cardoso inicia, em seu livro ''O Trabalho Compulsório na Antiguidade'' a discussão sobre a possibilidade ou da existência do trabalho livre na Antiguidade citando a interpretação histórica de G. Dykmans.

    Segundo Dykmans, durante o terceiro milênio a. C, mais precisamente durante a III e IV dinastias, teria ocorrido o fenômeno do trabalho livre entre os camponeses que se sujeitavam a este somente mediante contrato ; entre outras transformações laburais. Em suma, Dykmans caracteriza o período como detentor de uma ''evolução da liberdade e individualidade à sujeição no interior de grandes domínios, que eram tanto rurais, quanto artesanais'' ¹

    A partir da apresentação dessa tese, Cardoso a refuta, em seguida apresentando seu argumento para o fazê-lo, que também é o argumento para negar a existência concreta de trabalho livre, na sociedade egípicia antiga : a instituição da corvéia real.

    Segundo o autor, a corvéia, trabalho periódico imposto pelo Estado egípicio a qualquer membro da sociedade - seja ele pertencente à classe mais rica ou à mais pobre - e, por dedução, também realizada no período estudado por Dykmans (período de construição das pirâmedes, do que se infere grande necessidade de mão de obra), não poderia ser considerado um trabalho livre, na medida que não era passível de negativa sem uma consequente punição ² (ameaçava-se transformar aquele que tentasse escapar da corvéia em escravo hereditário, ou aprisionar os familiares do mesmo, etc.)

    Por tanto, segundo Ciro, é extremamente paradoxal conceber a noção de trabalho livre para uma sociedade onde a corvéia era largamente difundida.

    Observações:
    ¹ - Dykmans, G. Histoire économique et sociale de l'ancienne Egypte, tomo II. Paris. Auguste Picard, 1936, capítulos IV e VII.
    ² - A constituição da impossbilidade de negativa de um trabalho de forma isenta de punição configura exatamente a definição dada W. Kloosterboer - e adotada como referência por Ciro F. Cardoso - de trabalho compulsório.

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  35. Natália de F. de Carvalho Lacerda

    Questão 2 - Em "Trabalho Compulsório na Antiguidade", Ciro F. Cardoso caracteriza as comunidades aldeãs do Antigo Egito como organizadas ideologicamente por meio de um sentimento de solidariedade criado através da imposição comum de tarifas e corvéia por parte Estado egípicio (através do Modo de Produção Asiático).
    O autor nesse ponto, demonstra indícios da solidariedade aldeã no período faraônico através da análise de documentos e tumbas que indicam, por exemplo, a figura de um chefe de aldeia que seria o responsável pela distruibuição de grãos para semente dentro de sua aldeia e também o responsável por responder diante dos tribunais do Estado, caso os impostos daquela mesma aldeia não fossem totalmente pagos - essa concessão de poder demanda um consenso e uma espécie de união geral entre os membros de uma comunidade.
    Quanto ao aspecto jurídico, Cardoso apresenta em sua obra a organização das aldeias em tribunais ou conselhos locais, constituídos por homems e mulheres anciãos da própria comunidade.
    Ciro também ressalta que, a partir do IIº milênio, nota-se através da análise de documentos como o papiro de Lansing, o enfraquecimento do aspecto comunitário nas aldeias - sendo a explicação para isso o início de uma diferenciação entre as próprias famílias camponesas ( maior acúmulo de riquezas por parte de algumas famílias em detrimento de outras ), após o progresso das forças produtivas.

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  36. 1)
    Como já foi dito, o fato de homens considerados livres serem submetidos a trabalhos forçados- que seriam do dias gastos na corvéia real- nos faz repensar o conceito de liberdade no Egito Antigo.
    Os camponeses livres eram alvo de ambição e arbitrariedade, tendo seu trabalho explorado pela parcela dominante. Trabalhavam em equipes e suas remunerações eram o recebimento de rações alimentícias.
    Sendo assim, o argumento utilizado por Ciro Cardoso consiste no fato de não ser apropriado utilizar o conceito de liberdade ao se referir a uma população explorada e nestas condições.

    2)
    Em "O Trabalho Compulsório na Antiguidade", o autor afirma que os camponeses estavam distribuídos em comunidades aldeãs com certo nível de organização. No III Milênio a.C. já era possível constatar uma solidariedade aldeã frente aos impostos e aos trabalhos agrícolas, a partir de fontes observadas pelo próprio autor.
    As aldeias possuíam, ainda, tribunais e conselhos que eram constituídos por homens e mulheres- os anciãos.
    O autor afirma também que indícios o levam a crer que a comunidade aldeã se dividia em equipes de cinco pessoas, formando grupos que trabalhariam juntos e que poderiam ser identificados como quadros familiares.

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  37. Luciene Christina Garrido Gallego


    1) O argumento de Ciro para tal negação se baseia na inexistência da liberdade total desses camponeses "livres", pois os mesmos eram submetidos à corvéia real. Tal instituição recrutava trabalhadores ditos livres para um período de trabalho compulsório, de diversas finalidades em troca de rações. Caso tentassem escapar, se tornariam escravos hereditários e para que fossem forçados a se entregar, seus familiares poderiam ser aprisionados. Um ponto a ser observado é que a corvéia era aplicada tanto para os pobres, quanto para os ricos, que hipoteticamente pagariam substitutos para não realizarem estes trabalhos. Outro caso de relatividade citado refere-se aos trabalhadores altamente especializados nas construções de tumbas dos faraós, que apesar de privilegiados quanto ao resto da população não-nobre, viviam em verdadeiros povoados-prisões, com vigilância constante, não gozando assim da liberdade plena.
    O autor também afirma que a sociedade não se determinava entre livres e escravos e sim em uma escala de privilégios decrescentes e de crescente dependência.


    2) As comunidades aldeãs são por ele caracterizadas com um certo grau de organização comunal. Alguns indícios são apresentados para que tal existência seja confirmada. Numa tumba do Reino Antigo (aprox. 2330 a.C), vê-se entrega dos suprimentos de grãos para semente ao chefe da aldeia; e relevos de tumbas da mesma época mostram que caso não houvesse o pagamento integral de impostos por uma aldeia, o seu chefe se responsabilizaria diante dos tribunais. Tal exemplo torna difícil a dúvida acerca da existência de uma solidariedade coletiva aldeã diante do imposto e das tarefas agrícolas.
    Os tribunais e conselhos locais nas aldeias também são citados, os quais eram constituídos por homens e mulheres da própria comunidade, “por anciãos”.
    A impressão geral deixada por diversos indícios é a de que a comunidade aldeã era uma realidade viva no IIIº milênio a.C, porém no decorrer do IIº milênio perde sua força através do progresso das forças produtivas e da organização de famílias independentes.

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  38. Fernanda Lemos Brazil da Silva

    01)Em o "Trabalho Compulsório na Antiguidade" o autor Ciro F. C. Cardoso utiliza argumentos baseados na córveia-real, como foi dito nas respostas anteriores, para argumentar uma não existência de trabalhadores "livres". A córveia serve de argumento para essa afirmação pelo fato de submeter a trabalhos compulsórios todos aqueles trabalhadores escolhidos pelos censos, desde camponeses até mesmo sacerdotes. E esses trabalhadores que era considerados "livres" durante o período de córvéia não só era "forçados" a trabalhar para o Estado assim como nesse período eram mantidos obrigatóriamente as noites em prisões locais, aqueles que fugissem do trabalho estavam sujeitos a punição com escravidão hereditária.
    Logo como considerar como "livres" aqueles que eram submetidos a condições de trabalhos forçados e prisões? Além disso segundo o autor a divisão social egípcia não passava pelo fato de diferenciar homens "livres" e "escravos".
    Um exemplo das condições as quais os trabalhadores "livres" eram submetidos são os artesão que trabalhavam nas tumbas dos faraós. Eles eram trabalhadores altamente qualificados e de alto nível que tinham que viver em "cidades operarias" que tinham grandes muros e eram vigiados por guardas como se fossem prisioneiros.

    02)O Ciro F.C. Cardoso vai afirmar que a falta de documentos dificulta a identificação de organizações de comunidades aldeãs. O que existe são indícios, principalmente do terceiro milênio de que se existia essa organização.
    A existência de uma solidariedade coletiva frente aos impostos e as tarefas agrícolas vão caracterizar essas aldeias. Assim como a existência de tribunais e conselhos locais que eram compostos pelos "anciões", homens e mulheres da própria aldeia. Os aldeões dividiam os trabalhos por "mãos" - que eram pequenas equipes de cinco pessoas- que correspondiam ou coincidiam com os quadros familiares. Essa maneira de divisão de tarefas agrícolas vai perdendo forças principalmente quando começa a existir uma diferenciação social entre os camponeses dentro de uma aldeia.

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  39. Ana Paula Almeida Dantas

    Questão 1

    Primeiramente Ciro aponta que se pode duvidar da existência de trabalho livre, visto que existia inegavelmente a chamada “corvéia real”. Dessa forma, “pessoas em princípio livres e que exerciam profissões variadas, quando chamadas à corvéia real, eram encerradas à noite na prisão local durante o período do trabalho compulsório”¹. Assim, o autor acredita que não se possa considerar essas pessoas como livres uma vez que, periodicamente, são obrigadas a trabalhar recebendo em troca um pagamento ínfimo.
    Em seguida o autor exemplifica a relatividade que deve ser atribuída à expressão “trabalho livre”: no Egito Antigo existiam os construtores das tumbas dos faraós. Esses recebiam pagamentos avantajados regularmente e ainda podiam, ocasionalmente, ganhar prêmios. Tratava-se de uma categoria especial de trabalhadores, que eram apreciados e privilegiados. No entanto, estudos arqueológicos demonstram que esses trabalhadores viviam em povoados compactos, distantes do resto da cidade. Eram “cercados de muralhas com uma só via de ingresso e patrulhados por guardas”². Dessa forma, mesmo sendo trabalhadores de alto nível, estavam submetidos a uma vida de prisioneiros.

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  40. ¹CARDOSO, C. F. S.. O Trabalho Compulsório Na Antigüidade.. RIO DE JANEIRO: Graal, 2003. p. 27
    ²Idem, p.29.

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  41. Reuel Fernandes

    1- A questão ficou bem esclarecida por meus companheiros de classe. Ciro enfatiza que o sistema de Corvéia impossibilita que haja “trabalho livre”, apesar de remunerados de certa forma (através de rações e permissão de colher na terra) a Corvéia não deixava de ser uma forma de trabalho compulsório que até algumas classes relativamente privilegiadas como os sacedortes e os construtores de tumbas estavam submetidos. O temor pela Corvéia era tal que havia até a preocupação de ser substituído pela shabtis no submundo para não ter que ser submetida à mesma após a morte.
    Logo essa questão, a Corvéia e a falta de direitos individuais, impossibilitaram que existisse trabalhado livre propriamente dito.

    2- Ciro, em seus trabalhos, caracteriza as aldeias com uma organização coletiva em torno dos impostos (com o chefe sendo responsável diante dos tribunais), essa caracterização é chamada por Ciro de uma solidariedade coletiva. Eram notados também tribunais e conselhos locais e o chamado “direito coletivo sobre a água”. As comunidades aldeãs procuravam a auto-suficiência com uma coesão entre agricultura e artesanato procurando suprir as necessidades internas.
    Porém em um segundo momento os valores individuais de certas famílias foram tornando-se mais importantes, com uma relação mais comercial e mercantilizada, gerando assim certas diferenças sociais. Um dos grandes motivos para esse fato ter ocorrido, já bem explicado anteriormente pela Paula, Lucas e o Ygor, foi o contato com os hicsos e o melhoramento das tecnologias o que causou um excedente de produção de algumas famílias e/ou clãs.

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  42. Questão 2

    Durante o período faraônico que vai do III até a primeira metade do II milênio a. C., diante das cobranças que eram exigidas do Estado perante as comunidades aldeãs, essas apresentavam um forte traço de solidariedade entre seus membros. Os três aspectos fundamentais em que se manifestavam os princípios dessas comunidades já foram bem colocados na resposta da aluna Luiza Sarraff. Gostaria de frisar, no entanto, que a presença dos “anciãos” chama atenção para o fato de que, embora apresentassem traços comunitários, as comunidades aldeãs não eram igualitárias. Pelo contrário, estudos indicam que desde o final do período Pré-Dinástico tais comunidades já apresentavam nítida hierarquização social interna.

    Já no período que abrange a segunda metade do II milênio a.C. até o I milênio a.C., fortes transformações ocorreram no Egito faraônico diante das conquistas militares e das transformações tecnológicas introduzidas no período dos hicsos. Tais transformações impactaram as comunidades aldeãs, enfraquecendo-as, porém não as extinguindo. A estrutura familiar individualizada e o aprofundamento das relações mercantis foram fatores que abalaram os laços de solidariedade comunal que havia anteriormente, visto que passa haver uma diferenciação social mais explícita entre os membros das comunidades.
    ___________

    CARDOSO, C. F. S.. Sociedades do Antigo Oriente Próximo. São Paulo: Editora Ática, 2007.

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  43. Respostas formuladas pelos alunos:
    Fábio Dias, Louise Veloso e Raquel Oliveira

    1) Em o “Trabalho Compulsório na Antiguidade” Ciro F. Cardoso não crê na possibilidade de existência de trabalhadores livres, uma vez que os mesmos eram obrigados a prestar corvéia real, sob pena de se tornarem escravos caso não cumprissem com o ordenado. Outro exemplo que Ciro usa para afirmar que os homens livres do Egito Antigo, não eram tão livres assim, era a questão dos construtores responsáveis pela elaboração e ornamentação da tumba do faraó. Estes viviam em “cidades operárias” nas quais seus movimentos eram limitados e submetidos a uma vigilância constante. Desta forma, o autor refuta o argumento de que existiam trabalhadores realmente livres no Egito Antigo.

    2) O autor caracteriza as comunidades aldeãs no Egito Antigo durante o IIIº milênio a.C como comunidades solidárias frente ao pagamento de impostos. Nestas comunidades, homens e mulheres teriam grande participação nas decisões tomadas dentro das mesmas através dos tribunais locais. No que diz questão a força de trabalho, Ciro as caracteriza como correspondente aos quadros familiares das próprias aldeias. O autor diz, entretanto, que a partir do IIº milênio a.C a comunidade no Egito antigo perde sua força devido ao fortalecimento das forças produtivas e a diferenciação entre as famílias aldeãs.

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  44. Este comentário foi removido pelo autor.

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  45. Vitor Arnoldi Antuns

    Questao 1:

    Uma sociedade cuja principal caracteristica era estar pautada sob um modo de produçao asiatico, dificilmente poderia ser dividida, a nivel macrosocial, entre livres e nao-livres, visto que que o Estado - personificado na figura do farao e dos demais elentos que compunham a burocracia - compelia muitos de seus contribuintes ao trabalho forçado - a corveia real -, de modo, se nao a completar trabalhos pendentes, iniciar novos tarefas, como a construçao de piramides. Em suma, diversos recurso estavam sob poder do Estado - recursos estes que davam ao trabalho um cunho extremamente coletivista - e, nesse sentido, seu emprego tinha sempre a finalidade de consolidar os elementos que regiam as relaçoes entre a estrutura palacial e aldea.

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  46. Vitor Arnoldi Antunes

    Questao 2:

    Quando ainda o modo de produçao asiatico estava bem assentado, estrutura palacial e aldea eram os elementos que regiam todo aspecto tributario do antigo Egito. Como a pergunta se remete as principais caracteristicas das comunidades aldeas, serei o mais direto possivel: a) sob a pena de nao pagamento de tributos ao estado, a pena racaia sobre o chefe aldeao; b) presença de uma solidariedade nas comunidades que, como Ciro ressalta, garante uma certa unidade entre os aldeaos c) auto-suficiencia do campesinato
    Posteriormente (como foi bem descrito pela Paula), parece ter havido a tendencia de uma produçao de excedentes que por sua vez foi em parte arrecadado pelo Estado na forma de tributo e, por outra, foi desigualmente distribuida entre os camponeses, gerando por fim, uma diferenciaçao no que diz respeito a estrutura aldea

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  47. Renato Silva dos Santos

    Questão 1

    Ciro utiliza como argumento o poder despótico dos administradores das terras, dos templos e proprietários de terras, junto a corveia real para negar a existência do trabalho livre no Egito Antigo quando diz que as pessoas, a princípio livres, que exerciam as mais variadas funções eram chamadas (obrigatoriamente) a prestação de determinados serviços como construções e consertos de diques e canais, e até mesmo na construção das grandes pirâmides e a construção das tumbas reais(no casos dos especialistas), as quais o não comparecimento ou fuga, após seis meses, este, capturado ou não, eram considerados escravos hereditários, cabendo até a prisão de seus familiares para força-los a se entregarem. Nessas convocações, após o dia de trabalho, o prestadores da coveia eram fechados em numa prisão, onde recebiam parca alimentação. Uma exceção é que existiam indícios de que ricos que pagassem substitutos para escaparem da corveia e, até mesmo no outro mundo quando, nos textos de sarcófagos haviam detalhes como servos desenhados, referente a possíveis substitutos para a corveia no outro mundo.

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  48. Renato Silva dos Santos

    Questão 2

    Antes mesmo do controle absoluto das comunidades aldeãs pelo poder do Faraó, no território que posteriormente se tornara o Egito Antigo, já haviam aldeias com uma organização interna consistente exercendo, até mesmo o modo de produção asiático. Mesmo após o controle dinástico, a sociedade egípcia continuou agrária de base aldeã, continuando assim até mesmo após a unificação egípcia por volta de 3100 a.C., em que apenas após o contato com os hicsos (séculos XVII-XVI a.C.) houve consideráveis mudanças técnicas de produção e também social. Onde antes haviam uma realidade de base muito comunitária, passou-se a uma realidade "marcada pela emergência das famílias conjugais encaradas como unidade econômicas das aldeias"(talvez, a partir daí criando uma certa individualização) pois, neste contato, foram transmitidas técnicas de irrigação, por exemplo, fazendo com que se houvesse uma melhoria na agricultura permitindo uma crescente mercantilização; e no Reino Novo (séculos XVI-XI a.C.), mulheres e homens participavam de forma igualitária na gestão aldeã.

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  49. Renan Almeida de Miranda Santos

    Questão 1: O autor usa como argumento fundamental para declarar a não existência do trabalho livre no Egito antigo a corvéia real como meio de exploração da plebe. A existência da corvéia real, como instituição enraizada no sistema de produção do Egito antigo, fazia dos supostos trabalhadores livres quase que semelhantes aos escravos, de modo que aqueles eram forçados a trabalhar compulsoriamente para o estado em condições desfavoráveis e sendo penalizados duramente caso cão realizassem essa função. O trabalho compulsório, mesmo que por períodos de tempo determinados e assim chamados remunerados (através de rações que tinham o único propósito de manter o indivíduo apto ao trabalho), mantinha características de encarceramento, de forma que muitos indivíduos eram efetivamente isolados em áreas guardadas e vigiadas pelo tempo da corvéia. Portanto, o autor considera impróprio chamar de livre o trabalhador a qual são impostas tão graves sanções e obrigações.


    Questão 2: O autor afirma que não se pode negar a existência de comunidades aldeãs autos-suficientes e relativamente autônomas como forma de estruturação do campo no Egito antigo, de forma que estas se inserem na economia agrária. Algumas características expostas servem de embasamento para essa afirmação. Primeiramente, a existência de tribunais/conselhos nas comunidades revela que os próprios aldeões tinham certa autoridade política sobre medidas e assuntos específicos. O controle da irrigação, por exemplo, sendo este essencial para o funcionamento da produção agrária, era uma das incumbências das comunidades. Além disso, percebe-se na organização camponesa do trabalho nos campos a existência de uma solidariedade coletiva, fundamental para a organização das comunidades. Em adição, o autor afirma que essa forma de organização, por vezes ofuscada pela centralização da monarquia divina, por vezes fortalecida pelo enfraquecimento da mesma, não deixa de agir como elemento estruturador do campo.

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  50. Renata de Souza Malfa

    1)O livro de Ciro F. Cardoso em "O Trabalho Compulsório na Antiguidade" baseia-se na ideia de que os trabalhadores não gozavam de uma liberdade plena a partir do momento que podiam ser chamados para a corvéia real, não sendo permitido negar o chamado, e as "cidades operárias" manterem os artesãos especializados "encarcerados".

    2)Segundo o livro "O Trabalho Compulsório na Antiguidade" de Ciro F. Cardoso, as comunidades aldeãs possuiam uma organização comunitária que era caracterizada pelo complemento da agricultura e do artesanato, o que garantia a auto-suficiência delas. Essas comunidades também possuiam uma organização solidária, observada pelo comportamento do trabalho em conjunto para pagar os tributos.

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  51. Questão 1-
    De acordo com "O trabalho Compulsório na Antiguidade", Ciro afirma ser impossível considerar pessoas que eram obrigadas a realizar a corveia real- definida por tarefas de qualquer tipo, impostas pelo Estado por um determinado período de tempo, à maioria absoluta da populaçao-
    como trabalhadores livres. Embora fossem juridicamente livres, tendo direitos e deveres, os trabalhadores eram obrigados a realizar a corvéia e eram mantidos em prisões durante seu exercício,recebendo em troca de seu trabalho apenas rações diárias. Caso fugissem à corvéia depois de um prazo de seis meses
    seriam considerados escravos hereditários.Além de terem que aguentar as injustiças feitas pelos seus "patrões". Um outro
    exemplo que o Ciro menciona, é referente aos artesãos que construiam tumbas,onde mesmo possuindo alta qualidade de vida e independência financeira,eram obrigados a viver em espécies de "povoados-prisões", sendo vigiados por seguranças. A partir desses argumentos seria indevido o
    uso do termo "trabalho livre" no Egito.

    Bruna Pinna Santos Costa

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  52. Questão 2-

    As comunidades aldeãs eram caracterizadas por certa autonomia administrativa,
    além de serem auto-suficientes economicamente devido à atividades como a agricultura e o artesanato.
    Mantinham relações com o polo palacial. Essas relações eram caracterizadas pela troca, já que enquanto os camponeses
    moradores das aldeias produziam os alimentos e elementos necessários para a vida no Egito, o Estado gerenciava a política, economia e o equilíbrio cósmico, através dos cultos aos deuses e etc. De acordo com as fontes escritas nas tumbas antigas, era possível distinguir uma solidariedade em relação ao pagamento de impostos. Também existiam os conselhos, onde homens e mulheres participavam igualmente. Embora essas sociedades não fossem completamente igualitárias. Com o tempo o sistema aldeão foi sendo extinto devido a diferença econômica entre as famílias que antes compunham as aldeias.

    Bruna Pinna Santos Costa

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  53. 1ª Questão:

    Os argumentos de que Ciro Flamarion Cardoso se utiliza, na obra "Trabalho Compulsório na Antiguidade", para negar a existência de trabalho livre no Egito Antigo, são: em primeiro lugar, o fato de que um trabalhador que fosse considerado livre nessa sociedade, ainda assim estaria sujeito ao cumprimento da corvéia real, e, caso não a cumprisse, estaria sujeito a se tornar um escravo hereditário; outro argumento de que Ciro Flamarion Cardoso se utiliza é que os trabalhadores nessa sociedade estariam sempre submetidos ao poder despótico, por parte seja dos administradores das terras reais, seja das de outros proprietários, seja das templárias. Sendo estes argumentos a base para se afirmar que não haveria um trabalho livre no Egito Antigo, haveria um trabalho compulsório.

    2ª Questão:

    Ciro Flamarion Cardoso caracteriza as comunidades aldeãs no Egito faraônico da seguinte forma: a partir de uma organização baseada em clãs e aldeias, que podem ser descritas como comunitárias e solidárias frente ao pagamento dos tributos, que eram recolhidos por um chefe das aldeias, sendo esta a base da anteriormente citada solidariedade, posto que a responsabilidade pelo pagamento dos tributos recaisse sobre o chefe da aldeia, havendo portanto uma mobilização comum em prol do pagamento dos tributos por essas comunidades auto-suficientes.

    Fernando Carvalho Ventura

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  54. Romulo Teixeira Braga Nunes

    1ª Questão:

    Concordando com a argumentação dos meus companheiros de turma, Ciro Flamarion afirma em seu livro¹ que não se pode falar na existência de trabalho livre pois todos eram submetidos à cobrança da corvéia real e, em alguns casos, até ficavam encarcerados longe de suas casas para que pudessem pagá-la; Recebiam em troca uma limitada quantidade de alimentos e, se negassem o trabalho, tornar-se-iam escravos, assim como a sua decendência.
    Dados esses fatores, fica incoerente dizer que o trabalho no Egito Antigo não era compulsório.

    2ª Questão:

    De acordo com o autor Ciro Flamarion, as comunidades aldeãs eram caracterizadas por uma solidariedade coletiva, afirmada pela execução das tarefas agrícolas e pelo esforço mútuo para pagamento dos impostos (corvéia real).
    As aldeias eram formadas por um chefe, que administrava a produção e seu armazenamento, além de recolher os tributos. também existiam conselhos locais, formados por homens e mulheres da comunidade. Com o passar do tempo e, principalmente a partir do II milênio a.C; verifica-se a diluição desses conceitos, pois as diferenciações sociais dentro das aldeias foram se agravando.


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    1 - CARDOSO, C. F. S. O Trabalho Compulsório Na Antigüidade. RIO DE JANEIRO: Graal, 2003.

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  55. 1º Questão:

    █No Livro "Trabalho Compulsório na Antiguidade", o autor Ciro Flamarion afirma não haver "trabalhadores livres" devido ao fato de todos os trabalhadores serem obrigados a se submeter ao sistema da Corveia Real, que durava seis meses. Durante esse tempo, todo o seu tempo e sua força de trabalho estavam subordinados ao poder do Faraó, sendo ele "o único homem verdadeiramente livre", segundo uma citação de Chadwick.

    █Caso o trabalhador não se submetesse, poderia estar fadado a se tornar um escravo hereditário ou ter familiares presos até que se apresentasse à Corveia. Observando essa sociedade e analisando essas características, fica visível a conclusão de que seus trabalhadores não eram verdadeiramente livres, não tendo sequer a opção de fugir da obrigação para com o Rei.



    2º Questão

    █O autor Ciro Cardoso caracteriza as "comunidades aldeãs no Egito faraônico" como dotadas de interessantes características solidárias e de colaboração entre seus indivíduos. Essa solidariedade vem da necessidade no pagamento de impostos, que não era cobrado pessoalmente, mas de toda a aldeia. Isso fazia com que os trabalhadores criassem entre si a necessidade de colaborarem para um objetivo em comum.

    █É importante também destacar os conselhos e tribunais aldeãos compostos por mulheres e homens locais, demonstrando o alto teor organizacional do qual aquelas aldeias pactuavam.



    P.S.: Vale ressaltar que todas as respostas estão completíssimas, ficando praticamente impossível inserir algum dado novo. Procurei limitar a minha resposta e responder as questões de forma concisa, evitando a repetição desnecessária de certas características.

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  56. Não há liberdade plena se os camponeses ditos “livres” eram convocados para o trabalho exploratorio forçado, Denominado como Corveia real. O Campones era obrigado a trabalhar por um “bem maior” e se recusasse poderia ser preso ou ter membros de sua familias presos até o comprimento da tarefa que lhe foi designada.
    Alem do mais ainda se pode citar diversas partes do texto onde os camponeses sofriam preconceito e desmoralização por parte da classe dominante, podendo ultrapassar até mesmo o previsto pel lei e provando que a sociedade egpcia, mesmo que solidaria e fechada era tambem de certo modo intolerante a muitos de seus habitantes.
    Por conta destes fatos não é possivel afirmar que tais pessoas eram livres.

    A sociedade egipcia inicial era comunitária, ou seja: Cada ser era uma parte importante da formação de uma vida saldavel e correta e cada cidade se responsabilizava apnas por si e respondia a apenas a capital, porem conforme foi evoluindo direitos foram concedidos a certas partes e iniciou-se a estruturação do poder em torno de familias independentes, devido a intelerancia aos camponeses de menor sucesso na vida cotidiana. (Sr)

    Rafael Laet de Souza

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  57. De acordo com o historiador Ciro Flamarion em seu livro "O Trabalho Compulsório" as comunidades aldeãs do Egito Antigo possuiam formas bem caracteristicas de convivio. Era criada dentro das aldeias uma questão muito forte de coletividade e, parafraseando Ciro, um sentimento de "solidariedade coletiva" voltado principalmente para o pagamento de impostos.
    A aldeia funcionava de uma forma em que fosse escolhido um "chefe" como representante tributario perante o faraó, era ele quem prestaria contas e se responsabilizaria perante os tribunais.
    O autor também diz que existiam tribunais e conselhos locais de aldeias, os quais eram constituídos por homens e mulheres da comunidade. No interior das bases sociais encontravam-se tais homens e mulheres com tarefas relacionadas a agricultura e artesanto com o objetivo de manter a auto-suficiencia das aldeias e garantir os meios para subsitência.

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  58. Questão 1:

    Para justificar sua opinião de que não se pode falar em liberdade plena no Egito Antigo,Ciro demonstra que existia um trabalho compulsório organizado pelo Estado e que incluía toda a sociedade egípcia.

    Essa forma de trabalho era denominada corveia real e consistia na convocação de certos indivíduos,cuja função era trabalhar para o faraó.O trabalho era bastante variado,podia ser desde nas construções das pirâmides até na expansão dos canais de irrigação.

    É importante ressaltar que mesmo os sacerdotes,os quais eram parte integrante da máquina estatal,também eram convocados para a corveia real.Contudo,existem fontes primárias(como o texto 1:Um Decreto de Isenção de Corveias,presente no Trabalho Compulsório)que dão conta de isenção de corveia para os templos.

    Além do mais,também podemos supor que os mais abastados podiam não prestar a corveia real a partir do Reino Médio ,mandando empregados(talvez escravos)no lugar.O que dá respaldo a essa tese é a presença das shabtis nas tumbas,que são figuras humanas cuja finalidade era subistituir o morto na corveia,esta segundo sua crença também era exigida no outro mundo.

    OBS:Acho impressionante o quanto historiadores e arqueólogos já conseguiram desvendar sobre o Egito Antigo através dos textos funerários e tumbas.Desde aspectos sociais até econômicos,o que demonstra como a religião estava presente e se misturava com os demais aspectos dessa sociedade tão peculiar.(SR)

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  59. Questão 2:

    A despeito dos poucos documentos referentes às comunidades aldeãs,existem alguns indícios,segundo o autor, que provam a coesão do modo de produção aldeão em oposição e como complementar ao outro modo - o palacial.

    Podemos destacar,no Reino Antigo,a presença de relevos em tumbas que mostram que existia um chefe em cada aldeia e que em caso de não pagamento dos tributos este era responsabilizado.

    Também não se pode duvidar da existência de uma solidariedade coletiva em torno do trabalho agrícola e dos impostos.Ademais,como uma forma de contrabalançar o centralismo monárquico,existiam os tribunais e conselhos locais.Estes,apesar de serem presididos por magistrados e escribas,contavam com a presença de anciãos das aldeias.

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